Funcionário desengajado: você foi, é ou tem.

Você já trabalhou em um lugar com pessoas desmotivadas e limitadas, que fizeram seu engajamento diminuir na função ou na entrega? Quem sabe, você esteja vivendo exatamente esse momento profissional; ou, talvez, esteja lidando com profissionais assim na sua equipe.

Certo é que, sem escapatória, no ambiente de trabalho esbarramos com o desengajamento rotineiramente.

O título desse artigo soa, de certo modo, generalista, mas na verdade, trata-se de uma provocação para entendermos como o desengajamento é um assunto constante no ambiente profissional, mais até do que o esperado.

Um levantamento, (State of the Global Workplace: 2022 Report), realizado pela Gallup, revela que apenas 21% dos trabalhadores ao redor do mundo estão engajados no trabalho e 33% estão evoluindo em seu bem-estar geral; enquanto que a maioria não considera seu trabalho significativo, não acha que sua vida está prosperando e não se sente esperançosa em relação ao futuro.

O estudo envolve essas constatações com expressões como “viver para o fim de semana”; “observar o tic tac do relógio”; “o trabalho é apenas um contracheque”… Se a fala dos entrevistados dá o tom do desengajamento, para entender por que isso ocorre precisamos, primeiro, entender o que é engajamento, para só então distinguir o que é um funcionário desengajado.

O que é engajamento

A palavra “engajar” tem origem etimológica no francês “engager”, que significa comprometer, empenhar. Já engajamento é a junção do verbo “engajar” mais o sufixo “mento”, criando o termo que significa “empenho por algo”.

Desse modo, engajamento é a participação ativa, a dedicação, o compromisso, o envolvimento com uma causa. Por consequência, está também relacionado a afeto, motivação e satisfação, ou seja, a aspectos emocionais.

No ambiente profissional, o engajamento é o elo desenvolvido pela pessoa com o negócio. Elo, esse, que é resultado do seu dia a dia e da vivência na organização.

Não se trata, portanto, de algo estático. A vivência é feita de muitos fatores como: relação com pares e líderes, expectativa de crescimento, reconhecimento, cultura da empresa, entre outros.

Embora a estrutura física e a remuneração também façam parte dessa lista, a grande maioria dos ingredientes que formam a experiência do profissional com a empresa decorre, fundamentalmente, da relação do profissional com outras pessoas. E aqui começa um desafio que passa essencialmente por líderes e gestores: cuidar de gente.

O nível de satisfação e envolvimento do funcionário, vai transitar, por consequência, pela atenção que o líder dá às pessoas que fazem parte do seu time.

Mas, como perceber, então, se um colaborador está desengajado? A seguir, alguns sinais para ajudar nessa análise.

Características de um profissional ou ambiente desengajado

1. Falta de interesse por assuntos gerais da equipe ou da empresa;

2. Falta de compromisso com o resultado

3. Faltas e atrasos

4. Rotatividade do time

5. Atraso nas entregas

6. Constantes feedbacks com pontos de atenção ou negativos

7. Pouco ou nenhum compartilhamento com os colegas de time

8. Rendimento instável

9. Desmotivação para crescer na empresa

10. Pouco interesse em capacitação para exercer melhor suas atividades

11. Inadequação à cultura organizacional

Em contrapartida, os benefícios de ter um profissional e equipes engajados são muitos e vitais para a empresa e para um clima organizacional adequado ao bem-estar do trabalhador e do atingimento das metas e resultados traçados.

Entre os principais benefícios de uma equipe engajada estão:

  • Produtividade alta;
  • Motivação entre os colegas e na empresa de modo geral;
  • Bem-estar mental e físico, o que resulta em menos ausências no trabalho;
  • Ambiente saudável para exercer as atividades;
  • Alto rendimento e performance;
  • Retenção de talentos;
  • Fortalecimento da marca e do negócio;
  • Atingimento de metas;
  • Visão colaborativa.

O papel da liderança no engajamento do funcionário

Nem sempre o desengajamento pode estar relacionado ao ambiente profissional. As situações pessoais podem afetar o rendimento no trabalho.

Jon Clifton, CEO da Gallup, entende que a vida no trabalho passa por um conjunto de ações que estão nas mãos dos líderes, e dá a receita: “Os gerentes precisam ser melhores ouvintes, mentores e colaboradores”.

Isso porque no mundo ideal pessoas deixam seus problemas e emoções do lado de fora da porta do escritório. No mundo real não é isso que acontece.

Por mais esforço que alguém possa fazer para separar problemas pessoais e profissionais, eles continuam ali, escondidinhos, disfarçados, em silêncio, mas ainda presentes. É fundamental então, saber lidar com eles e, como líder, ajudar seu liderado.

Como evitar o desengajamento do funcionário

  • Saiba o momento de acolher e o momento de cobrar: falar de resultado com pessoas frustradas emocionante só tende a potencializar o desengajamento. Há pessoas movidas por cobrança e desafios, outras por acolhimento e incentivo
  • Seja o porto seguro: delegue, monitore, dê feedback, mas seja presente, dê o ombro.
  • Fale menos, ouça mais: pessoas querem ser ouvidas. Sabe aquela reunião um a um que você foi preparado para apontar tudo que tem visto sobre o rendimento do profissional? Abra-a com: quero te ouvir. Como você está? Como tem se sentido nos últimos dias (tempos, semana…) aqui conosco (na empresa)?
  • Tenha escuta ativa, ou seja, preste atenção aos detalhes e a tudo que está sendo dito. Quando sua voz soar será muito mais assertiva, amparada por tudo que foi capaz de absorver do relato que ouviu.

    Mas atenção: jamais use as fragilidades para justificar cobranças. Você perderá de vez seu funcionário. Use o conhecimento dessas fragilidades para potencializar a sua ajuda no desenvolvimento dele. Coloque-se no lugar dele e perceba no que você pode ajudar. Mais que liderança, isso é empatia.

Para algumas pessoas, só o fato de serem ouvidas já lhes trará de volta o senso de pertencimento e, por consequência, o engajamento e produtividade. Para outros, dependendo do grau de desengajamento, será preciso um trabalho a longo prazo e até mesmo a ajuda da equipe de gente e gestão.

Ajudar a engajar ou demitir?

Não há uma regra. Você precisa detectar se a pessoa precisa e quer ser ajudada. Detectar os aspectos que estão influenciando no desengajamento e, por consequência, nos resultados dela.

Como vimos, há uma série de fatores que podem resultar no desengajamento do profissional. Por isso, o líder precisa estar atento e ter uma postura ativa na construção do clima da equipe.

Até para tomar a decisão de demitir ou pedir demissão, é preciso detectar os motivos do desengajamento.

Caso contrário, como líder você estará deixando passar a oportunidade de aprender com a situação e tomar iniciativas que evitem que o desengajamento ocorra com frequência no seu time. Ou, se você for o desengajado, sem ter claro os motivos que te levaram a desmotivação, ao ponto de cogitar a demissão, estará sujeito a repetição do padrão em novas oportunidades de trabalho.

Detectar para resolver. Essa é a fórmula que pode ser aplicada por líder e liderado. Desenvolver inteligência emocional é essencial para quem deseja alçar novos voos profissionalmente, assim como para o líder que deseja um time coeso e com resultado.

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